12.11.09

JONATHAN HARRIS E ESTILISMO DE INFORMAÇÃO

Depois de um longo e tenebroso inverso, passei por aqui para compartilhar alguns pensamentos soltos...

Todo mundo sabe que eu sou o maior paga pau do Jonathan Harris, o cara que desenvolveu o We Feel Fine. Já fiz post sobre ele, vivo falando dos speeches no TED e sempre fico babando quando o cara lança um projeto novo. Por quê? Porque esse cara realmente entende o que é ser estilista da informação. Ou seja, saber costurar forma e conteúdo com maestria para transmitir informação do jeito mais envolvente e sexy possível.

Resumindo, o cara é foda. E aí ele lançou o livro do We Feel Fine com a articulação das informações do portal de emoções em composições incríveis. Acredito que seja uma boa inspiração nesse contexto de infográficos e novas formas de organizar dados.




Já li muitas discussões sobre o infográfico ser um dos maiores ícones estéticos da era em que estamos vivendo. Seria muita pretensão afirmar ou refutar tal teoria, mas Jonathan Harris é definitivamente um dos maiores artistas dos nossos tempos.

20.2.09

VOCÊ ACEITA REPONDER UMA PESQUISA?

Depois dessa pergunta sempre vem "é rapidinho, são só algumas perguntinhas...". Sempre tentei entender por que as pessoas concordam em responder. Eu sei que 99% dos seres humanos são carentes e querem falar um pouco mais de si e da sua opinião, mas pensa só. Você vai sofrer uma bateria de perguntas invasivas, passar 2 horas falando sobre margarina e/ou canetas esferográficas e quem sabe ganhar alguns [poucos] trocados e pães de queijo. Não me parece muito atraente.



Além disso, me questiono sobre o efeito que essas perguntas provocam na vida das pessoas. Já fiz/assisti dúzias de pesquisas e sempre fico pensando: o que elas sentem com a abordagem? Será que elas realmente querem responder? E, mais importante, será que provoca alguma mudança na atitude? Será que ela vai chegar em casa e contar para alguém, ou será que pensa em como perdeu seu tempo e em como os pães de queijo servidos estavam duros?



Reflexivo, eu sei. Mas realmente acredito que essas perguntas de hábitos, atitudes, opiniões, experiências e bla bla bla podem ser muito poderosas, um verdadeiro cutucão nas emoções de alguém que, até então, estava tranquilo esperando o onibus.

E eis que passeando por aí assisti a um curta muito interessante com um pesquisero que faz uma pergunta bem marcante, para não dizer arrasadora: Você é a pessoa favorita de alguém? Achei a ideia muito provocante, especialmente pela reação dos entrevistados. Me lembrou um pouco da essência do Before I die I Want to e um dos projetos do Jonathan Harris. Vale assistir...

5.2.09

CANAL MOTOBOY



Sou um motorista que sempre teve problemas com motoboys. Para mim, os caras sempre tiveram aquela imagem de "vândalos do trânsito". Para derrubar esse estereótipo, a comunidade de Profissionais Motociclistas de São Paulo criou um projeto audiovisual em que os próprios motociclistas mostram a sua realidade.



O canal*MOTOBOY é um projeto colaborativo criado em 2007 no qual 12 motoqueiros postam sua realidade através de fotos e palavras-chave, documentando sua realidade através do celular. Assim, constróem um mosaico cheio de emoções, angústias, visões e reflexões que formam um verdadeiro estudo antropológico.




"o projeto canal*MOTOBOY propõe um espaço público digital, onde emissores e usuários experimentam um uso social das redes telemáticas. Uma experiência colaborativa que fomenta a auto-representação de coletivos e comunidades que sofrem com os estereótipos projetados pelos meios de comunicação preponderantes."

Além de ser uma representação nua e crua da realidade dessas pessoas, acredito que esse projeto reafirma a inclusão digital que os 150 milhões de celulares (dados Anatel) promoveram no Brasil. Mais do que isso, é um grande exemplo da força que essa ferramenta de comunicação tem para todas as camadas e grupos sociais.



[via post bacana lá no The Skull Nu]