20.2.09

VOCÊ ACEITA REPONDER UMA PESQUISA?

Depois dessa pergunta sempre vem "é rapidinho, são só algumas perguntinhas...". Sempre tentei entender por que as pessoas concordam em responder. Eu sei que 99% dos seres humanos são carentes e querem falar um pouco mais de si e da sua opinião, mas pensa só. Você vai sofrer uma bateria de perguntas invasivas, passar 2 horas falando sobre margarina e/ou canetas esferográficas e quem sabe ganhar alguns [poucos] trocados e pães de queijo. Não me parece muito atraente.



Além disso, me questiono sobre o efeito que essas perguntas provocam na vida das pessoas. Já fiz/assisti dúzias de pesquisas e sempre fico pensando: o que elas sentem com a abordagem? Será que elas realmente querem responder? E, mais importante, será que provoca alguma mudança na atitude? Será que ela vai chegar em casa e contar para alguém, ou será que pensa em como perdeu seu tempo e em como os pães de queijo servidos estavam duros?



Reflexivo, eu sei. Mas realmente acredito que essas perguntas de hábitos, atitudes, opiniões, experiências e bla bla bla podem ser muito poderosas, um verdadeiro cutucão nas emoções de alguém que, até então, estava tranquilo esperando o onibus.

E eis que passeando por aí assisti a um curta muito interessante com um pesquisero que faz uma pergunta bem marcante, para não dizer arrasadora: Você é a pessoa favorita de alguém? Achei a ideia muito provocante, especialmente pela reação dos entrevistados. Me lembrou um pouco da essência do Before I die I Want to e um dos projetos do Jonathan Harris. Vale assistir...

4 comentários:

andrelucas1303 disse...

By Fernanda Dandelli:

"Lendo isso, escapou-me outras reflexões: qual seria o impacto desta pergunta sobre o índice de suicídios?"

Pa disse...

Demais! E que bela reflexão a sua. Quer saber? Acho que todas as pesquisas quali deveriam começar com uma pergunta assim. Vc ganha a simpatia dos entrevistados de cara e de quebra ainda pode conseguir respostas incríveis que te abrem horizontes diferentes quando vc for analisar as respostas. Por que não dar essa idéia na próxima oportunidade?

Dit's disse...

Que coincidência entrar no teu blog depois de tanto tempo e dar de cara com esse post. Recebi esse vídeo do Rony há um tempo atrás falando sobre a importância do campo.
Achei bonitinho...mas voltando a tua pergunta, acho que eu sei bem respondê-la...rsrsrs

Posso lhe dizer, com propriedade, que as pessoas somente irão se incomodar com suas perguntas se vc achar que está invadindo demais, enchendo o saco demais, ou sendo muito inconveniente. Aprendi em três anos de campo, que se você não gostar do teu trabalho, muito provavelmente as pessoas não gostarão de suas perguntas.
Claro que tb depende das perguntas... falar sobre margarina não deve ser a coisa mais legal do mundo.

Eu gosto dessa "invasão", principalmente pq eu posso "entrar" e "sair" da vida das pessoas no momento que eu quiser, e a inda tenho a desculpa de que estou trabalhando...

E sabe o que eu mais gosto de ouvir de um entrevistado?
- Nossa, nunca tinha pensado nisso...
Adoro!!!

andrelucas1303 disse...

Muito interessante Dita
Concordo com vc sobre entrar e sair da vida das pessoas e confesso que sempre me admirei com as pessoas que conseguem fazer isso bem, tipo vc.
Apesar de falador e espontaneo, sempre travo na hora de ser o "pesquiseiro" pq me sinto invasivo, enxerido e mto xereta.
O_o