23.7.08

ENTRE O BELO E O GROTESCO

'Excêntrico' e 'diferente' são palavras muito limitadas para descrever o trabalho de Joel Peter Witkin. Muito mais do que um fotógrafo, o cara produz verdadeiros experimentos para construir imagens chocantes e intrigantes, misturando corpos nus defeituosos, símbolos sado-masoquistas, pedaços de cadáveres e ícones religiosos. Ah sim, e sem photoshop:



Nascido em 1939 em New York, Witkin foi fotógrafo na guerra do Vietnã e depois foi estudar arte no México. Seu primeiro contato com a morte foi quando era criança e viu uma menina ser decapitada em um acidente de trânsito quando ia para a escola. Após o exército, iniciou sua obra que questiona a morte e o sonho, o belo e o grotesco. O fato de ele trabalhar apenas com corpos de indigentes adiciona mais questões a essa salada: afinal, o que representou a vida [e a morte] dessas pessoas? Interessante analisá-lo.

"The Kiss":



Seu processo criativo é bem inusitado. Antes de tudo ele desenha a idéia. Depois disso vai atrás dos elementos que quer usar, inclusive dos corpos. Por fim ele faz um trabalho de pós-produção com os negativos. Sempre buscando referências na pintura, como Bosch, Goya, Velasquez, Miro, Botticelli e Picasso.

"Woman Once a Bird":



O trabalho de Witkin foi proibido em diversos países por seu caráter transgressor e chocante para a opinião pública. Brilhante, mórbido, imoral e perturbado são alguns dos adjetivos atribuídos às suas fotos. Prefiro classificá-lo como inspirador.

"Daphne and Apollo, "Mother and Child", "Feast of Fools" e "Cipuid and Centaur":



O estilista Alexander Mcqueen também pensa assim, por isso usou o fotógrafo com inspiração para sua coleção de primavera/verão 2001. Mcqueen ainda colocou uma instalação do fotógrafo no final do desfile:


Um comentário:

Pa disse...

PUTA-QUE-O-PARIU! Words missing...